O meu compromisso com o setor hoteleiro-gastronômico do Porto Rotondo e com a empresa de agroturismo de Linosa está orientado para a total sustentabilidade ambiental e social.
Seguindo o princípio da economia circular, optei por criar empresas que possam oferecer um serviço de alta qualidade com o menor impacto possível.
Linosa não está de passagem. É uma das ilhas mais meridionais da Itália, faz parte do arquipélago Pelagie (Ilhas Pelagie) e é uma ilha vulcânica. Suas cores são fortes: o preto da terra e o azul do mar se misturam em contraste com as fachadas coloridas das casas antigas das ruas do povoado. É especial porque o distanciamento do barulho da civilização é seu ponto forte, seu desafio perene com o mundo, e é nessas pequenas comunidades que se
podem perseguir objetivos importantes como a sustentabilidade ambiental. Os micromundos são as realidades certas para testar o modus operandi e replicá-lo nas grandes realidades. Em Linosa temos terras de família, abandonadas há décadas, e quando lá estive pela primeira vez, há não muitos anos, apaixonei-me por ela e decidi valorizá-la. O projeto consiste na criação de uma empresa de agroturismo totalmente ecossustentável.
Em Linosa possuo uma série de “dammusi”, antigos edifícios sicilianos de pedra que serão renovados com materiais reciclados ou ecológicos adequados para construção para se tornarem casas de férias de alto padrão, juntamente com a renovação das áreas verdes e as culturas antigas presentes, respeitando o meio ambiente e a comunidade local.
A pequena empresa de hospedagem ecossustentável oferecerá um canto do mundo anunciado como um “retiro agradável”, um lugar para relaxar longe do excesso de tecnologia. Cada recurso é importante nesta ilha e é fundamental que cada serviço oferecido seja percebido como de grande valor neste contexto.
O arquiteto que contatei está analisando tijolos feitos de materiais residuais não impactantes que poderiam ser usados para renovar a estrutura. Para acabamentos internos e externos, bem como para decoração, foram estudados e planejados sistemas construtivos e acessórios que respeitam o meio ambiente.
O isolamento e as estruturas urbanas serão feitos com materiais residuais e recuperação de fibras de plantas e frutas. Todo o resort será completamente autônomo em termos energéticos e utilizará um sistema de canalização de água para a devolver à agricultura e não desperdiçar uma única gota, um recurso particularmente precioso para a ilha. Os resíduos orgânicos serão reintroduzidos no sistema circular da fazenda como fertilizante no cultivo dos campos.
Cada realidade tem seus próprios pequenos equilíbrios e as opções sustentáveis para uma região podem não funcionar bem em outra. É por isso que muitos detalhes foram estudados com a administração municipal, a área marinha protegida e os consultores do Parque com quem avaliaremos as opções de menor impacto. Criei uma equipe de design que, junto com o município e os consultores do Parque, está elaborando um estudo aprofundado para gerar ideias, criatividade, seleção de materiais e tecnologias respeitosas ao meio ambiente, eficiência energética, proteção dos ecossistemas, recuperação da cultura e tradições visando o desenvolvimento de uma economia circular.